Washington, 20 mai (EFE).- Geneticistas americanos anunciaram dia 20 de maio, pela primeira vez, produziram uma célula controlada por um genoma sintético, um passo que aproxima a ciência da criação de vida artificial.
Esta é a primeira espécie autoduplicável no planeta cujo pai é um computador", disse, em entrevista coletiva, Craig Venter, um dos geneticistas mais famosos do mundo.
Há décadas cientistas de todo o mundo manipulam genes de animais e plantas, mas é a primeira vez que alguém altera o genoma completo.
Os autores da façanha, que publicaram a pesquisa na edição do dia 20 de maio 2010 da revista "Science", replicaram no laboratório o genoma da bactéria Mycoplasma mycoides, ao qual adicionaram uma sequência de DNA com um endereço de internet, para revelar os mistérios de seu experimento. Em seguida, inseriram o genoma na bactéria Mycoplasma capricolum, da qual tinham retirado anteriormente grande parte de sua informação genética.
O novo genoma passou a controlar a célula, que começou a produzir as proteínas que o DNA transplantado pedia.
"Esta é a primeira célula sintética feita e a chamamos de sintética porque é totalmente derivada de um cromossomo sintético", disse Venter.
Na verdade, apenas o genoma é sintético, enquanto o restante da célula é natural.
O objetivo final dos investigadores é instalar em uma bactéria um genoma criado em laboratório que ordene a realização de trabalhos úteis para o ser humano.
A Synthetic Genomics, companhia fundada por Venter, já conta com um contrato no valor de US$ 600 milhões com a petrolífera Exxon Mobil para produzir algas que absorvam dióxido de carbono e gerem biocombustíveis.
A façanha abre a possibilidade de eventualmente criar uma espécie artificial, com toda a carga ética que isso implica.
"Este é um passo importante, tanto cientificamente quanto filosoficamente. Certamente mudou minhas opiniões sobre a definição da vida e como funciona a vida", afirmou Venter, que ficou famoso em 2000 por ser um dos primeiros cientistas a sequenciar o genoma humano.
Sua equipe tem o objetivo agora de sintetizar "a célula mínima que contenha apenas os genes necessários para sustentar a vida em sua forma mais simples". EFE
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